Reencontrei um amor
Numa foto em preto e branco,
Desconhecido encontro,
Inefável destino concebido,
Igual fé e sol
Mapa da mina
Embevecida por dentro
Quem era você?
Meu precioso achado
Entre potes coloridos de gelatina
Com a faca e o queijo na mão
O acerto de contas
Confluência de sangue e fluidos,
Mãos e bioportas, silêncio molhado
Perdi a cabeça e o pudor
Presa à teia das minhas próprias fiandeiras
Sonhos épicos profetizando a terrível tragédia,
Num jogo fugaz e estranho
De extravio de espíritos
Perdi você
Cada passado carregando sua culpa
Terrível ponto reticente
Eram apenas dois pés dormindo encostados
E entre eles,
Meu abissal amor.
Precioso encaixe
Incontáveis explosões
Profundamente não me decifraste
Sobre nossos corpos separados
A vida se escorre, líquida
Não há poema, nem palavras úmidas
Viraste as costas
Se deu o vazio, veneno que cura
O desejo de ser pleno, sem promessa.
[Carol Carolina]
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