quarta-feira, 13 de julho de 2011

O não dito

A coisa não dita, apesar de reprimida e engolida, se faz viva na escrita e assim cumpre sua sina de palavra não dita. Oprimida pela boca fechada e o desejo indigesto, por vezes, troquei a transparência do ar e o cantado da voz pela eternidade do papel e a certeza das letras, substitui a beleza do manisfesto e o fogo do imediato pela comunhão do repensar e a maturidade de refletir.

Minhas queridas palavras não ditas, as quero sempre bem ditas. Entendam que é difícil se expressar quando  aprendemos o sincero valor da fala. Engolidas e devoradas fazem parte de mim e desse modo habitam meu reino das pequenas coisas, estou comprometida a aprofundar e não simplesmente expandir seus significados. Seu fado, palavra não dita, será marcado num papel e bendita seja a beleza do prazer em tornar-te intacta.

[Carol Carolina]

Um comentário:

  1. Carol, fui na palestra do Roberto Happé aqui em goiânia, foi muito bom ter ouvido ele. Na fala dele, as frases mais simples eram as que mais me marcaram. Uma delas é: O passado é passado. Deixemos ele. O espirito é livre, nós somos livres e infinitos.

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