Meu segundo ano em São Paulo

Desde Agosto estava querendo escrever sobre meu segundo ano em Sampa city, difícil foi conseguir sentar, respirar e refletir sobre esse aniversário e a minha impressionante mudança pessoal e espiritual desde o dia em que aqui cheguei. Foram dois anos pesados, densos, carregados, pois minhas antigas prioridades simplesmente não aceitavam se adequar a vida que escolhi levar. Até hoje não tem sido fácil, e até hoje não consegui a maioria das coisas e sonhos que há dois anos comigo vieram para cá, tive que me adaptar a uma nova vida, reais prioridades e reais valores. Enfim, caiu a ficha: eu fiz minhas escolhas. E aceitei.

O que quero dizer é o seguinte, passei a ser sincera comigo mesma, jogar limpo. Resolvi não me considerar uma figura fora do comum, ao contrário do que meus pais, por exemplo, me consideraram desde o dia em que nasci: especial! Prontamente eles já apostaram em meu nome (e de meus irmãos) uma vida promissora e bem sucedida. Puro amor. O problema é quando levamos isso a sério demais. Eu sou especial. Eu sou diferente. E as exigências começam a surgir. Todos os caminhos e as possibilidades ficaram confusos diante a pressa do sucesso e por isso me perdi. Quantas vezes eu parei para pensar: o que realmente me faz feliz? O que realmente me torna especial?

Hoje eu sei. Tem a Dani, a Livia e o Tom Jr. Quantas pessoas no mundo se dão tão bem com seus irmãos quanto eu? Eu sou especial. Tem a Vania e o Wilton. Quantas pessoas tiveram pais tão dedicados quanto os meus? Eu sou especial. Quantos melhores amigos você tem? Eu sou especial. Tenho pessoas que oram por mim, tenho minha família, tenho meu tempo, tenho meu passado, tenho minha consciência, tenho meu trabalho, tenho minha independência. Minhas escolhas são verdadeiras, eu tenho fé em mim, pois sou diferente e igual a todo mundo; nada demais para os outros, mas muito especial para mim.

[Carol Carolina]