“... O eterno dilema da humanidade: Por que gentileza não gera automaticamente gentileza?”. E assim Denise Fraga fez meu dia, pode até não ser uma frase otimista, mas foi dita com um sorriso sincero no rosto. A atriz explicava o tema central de sua peça de teatro “A alma boa de Setsuan”, e essa alegria me contagiou. Eu quero sempre ser contagiada. O contágio da beleza, gente iluminada que transmite virtude.
Completei dia 05 de Agosto meu primeiro ano em São Paulo, meu primeiro ano longe daqueles que, por 24 anos, me abençoaram; meu primeiro ano mais perto de mim. Fazendo uma pequena retrospectiva posso dizer que nada do que sonhei se realizou (ainda), que não tem sido fácil, que penso em desistir, que sinto falta, que sinto, que não sinto, que me magôo com um convívio desagradável, que me ofendo, que não posso mudar nada (por enquanto).
Completei dia 05 de Agosto meu primeiro ano em São Paulo, meu primeiro ano longe daqueles que, por 24 anos, me abençoaram; meu primeiro ano mais perto de mim. Fazendo uma pequena retrospectiva posso dizer que nada do que sonhei se realizou (ainda), que não tem sido fácil, que penso em desistir, que sinto falta, que sinto, que não sinto, que me magôo com um convívio desagradável, que me ofendo, que não posso mudar nada (por enquanto).
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No entanto, eu me responsabilizo por tudo, porque estou no mesmo barco que a Denise Fraga: “Eu ainda acredito no poder da gentileza”. No poder da gentileza da vida. Afinal, aqui eu ganhei uma prima, uma grande amiga goiana-baiana-paulistana, uma nova Carol, a Carolina. Recuperei a coragem, revi meus antigos erros, destruí medos, refiz laços de carinho, perdoei, concedi a mim mesma o perdão.
Não, Livia, não deixar a cidade me endurecer. Não vou deixar a distância me torturar. Não vou deixar a insensibilidade me angustiar. Ainda acredito no poder da gentileza.
Não, Livia, não deixar a cidade me endurecer. Não vou deixar a distância me torturar. Não vou deixar a insensibilidade me angustiar. Ainda acredito no poder da gentileza.
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[Carol Carolina]
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Parte da entrevista com Denise Fraga segue abaixo:
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"Chen Tê, sua personagem, é boa. Ser bom é uma atitude revolucionária?
Não tenho dúvida. A palavra “bom” ficou até um pouco pejorativa. Falar que a pessoa é boa hoje é quase dizer que a pessoa é boba. Mas eu acredito profundamente no poder da gentileza, na gentileza firme. Aquela que pode dizer gentilmente “te dei a mão, por favor, não me tome o braço”. Já reparou como você desarma o sujeito se emparelha seu carro para pedir desculpas pela fechada dada no trânsito? Acho que a palavra revolucionária é DISPONIBILIDADE. Estar disponível para o contato, para o outro, para o coletivo, na chuva para se molhar, no mundo."
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PS: Você está disponível?
PS2: "Vida que é doce levar, o caminho é de fé!"
Quero sinceramente e não importa o lugar, merecer a nossa amizade.
ResponderExcluirSão Paulo pra mim, é a representação da gentileza.
E te admiro pela coragem e pela consciência da Vida Real.
Estava quase sentindo saudades dos seus escritos...
ResponderExcluirEstar aberto é o segredo. Aberto pra dor e amor. Coragem Caruuuu!!
ResponderExcluirLivia
Faz um tempão que não passava por aqui. Afinal, não é nada fácil, ver o namorado mudar de cidade, dar aulas na Federal, finalizar uma dissertação e ainda "ter" que ser aprovado no doutorado (porque senão em 2010 não haveria grana). A grande questão é algo que (não quero aqui ser muito religioso, pq senão parecerá blasfêmia, mas vamos lá)Maria, não a Mesquista mas a de Nazaré, diz um jovem aflito que procurava consolo: "Meu filho, tudo passa". Acho que (in)felizmente "tudo passa" mesmo. Fiquei muito tempo pensando nisso...uma fugacidade das coisas, dos laços, da memória...porém foi aí que pensei: não me importa se tudo passa, pois, necessariamente, tudo produz uma marca. Assim é que a memória se constroi. Ela resulta de cicatrizes que se alastram incontáveis e constituem isso que somos e que nos torna humanos...tão lindamente, humanos!! Memória!
ResponderExcluirLembrar é impedir que simplesmente a vida passe desapercebida.`É reconhecer que fomos tantas coisas e ainda podemos ser tantas outras. Não importa a espessura ou a quantidade das cicatrizes, importa que sejam nossas.
bjos demais, maninha...